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GOVERNADOR CHAMA DE “TRAÍRAS” OS DEPUTADOS QUE VOTARAM A FAVOR DA PEC DOS PRECATÓRIOS E OTTO REAGE E DIZ QUE VOTO EM PEC FOI COMBINADO COM O GOVERNADOR

O senador e presidente do PSD na Bahia, Otto Alencar, reagiu à fala do governador Rui Costa e à nota divulgada pela bancada baiana do PT na Câmara dos Deputados e declarou, em conversa com este Política Livre, no início da noite de quinta-feira 04.out.2021, que orientação pelo voto favorável da bancada baiana do PSD partiu de acordo com o governador baiano. Otto salientou que não aceita a pecha de traidor, nem as agressões ao partido nem aos membros da sigla. “O PSD na Bahia só aceita aliança se for respeitado”, disse. Na manhã de hoje, o governador se referiu aos deputados que votaram favoravelmente à PEC como ‘traíras’.

“Sou aliado fiel e não aceito agressão ao meu partido, nem a membros do meu partido. Quem sugeriu o parcelamento em três parcelas [dos recursos do Fundef cujo pagamento foi definido em julgamento do Supremo Tribunal Federal] foi o governador Rui Costa. O governador me autorizou a conversar com o presidente [da Câmara dos Deputados] Arthur Lira. Conversei com a bancada, com o presidente Arthur Lira e depois conversei com o governador sobre o assunto. Ontem à noite conversei com o governador e ele não me pediu que orientasse o voto contra”, declarou Otto, em conversa com este Política Livre.

O senador disse que a única divergência foi sobre o período de pagamento das parcelas, que seria disposto em 2022, 2023 e 2024. Otto disse que explicou ao governador que, por haver uma decisão do STF, não caberia especificar na PEC as datas de pagamento das parcelas. “Ontem, às dez horas [da noite], liguei para o governador e expliquei isso. A negociação partiu da orientação do governador Rui Costa, portanto não aceito e repilo isso [a acusação de ser traidor ou de ser vendido, como diz a nota do PT sobre os deputados que votaram favoráveis à PEC]. Nos coloca como adversários e temos sido aliados fiéis”, disse Otto Alencar. O senador ainda disparou: “O governador me disse que se pagar os R$ 10 bilhões em 2022, não tem nem como gastar”.

Nota mentirosa

O senador classificou como “mentirosa” a nota divulgada pelos deputados petistas da Bahia. “Temos tradição de cumprir compromissos, por isso repilo a nota mentirosa dos deputados federais do PT. O PSD tem toda altivez e autonomia de não aceitar. O PSD só tem aliança quando é respeitado”, repetiu Otto Alencar. “Os compromissos que assumi com [o senador Jaques] Wagner, Rui e [o ex-presidente] Lula, eu sempre cumpri”.

Otto rememorou que o partido votou contrariamente à proposta do ICMS, conforme orientação do governador, lembrando que, nessa questão, a posição foi liderada pelo deputado federal Otto Alencar Filho (PSD) – ele foi um dos parlamentares baianos que votaram favoravelmente à aprovação da PEC dos Precatórios. “Fui o único senador do PSD que votou contra o impeachment da presidente Dilma [Rousseff]”, lembrou Otto, para reforçar a lealdade aos petistas. O senador também destacou sua posição durante a CPI da Covid, no Senado, e o fato de ter precisado atravessar, muitas vezes, “corredores poloneses” formados por partidários do bolsonarismo.

Nota do PT

Na nota a que se referiu o senador Otto Alencar, os deputados federais petistas disseram que, na votação ocorrida na madrugada desta quinta-feira (4), venceu “a mentira, o calote e a chantagem e que estava sendo favorecido o “varejão na política”. “Vence a mentira, o calote e a chantagem. Uma noite que marca uma grande derrota para o país e amplia o volume de recursos fisiológicos e do orçamento paralelo, que poderá receber dezenas de bilhões às custas do descumprimento de ordem constitucional dos precatórios já transitados em julgados pelo STF, além dos calotes aos estados. Promessas foram feitas aos estados e representações da educação, mas tem alguém acreditando? Perde o Brasil”, afirmou Zé Neto, segundo a nota da bancada do PT.

“É indefensável para quem se diz opositor a Bolsonaro ter vendido seu voto”, disse Jorge Solla, ao destacar, na mesma nota, que dos R$ 94 bi liberados para a Proposta, R$ 47 bi são destinados ao orçamento paralelo para Bolsonaro tentar se reeleger por meio da liberação de dinheiro para a base de parlamentares do presidente. “Para o varejão da política”, afirmou Solla.

Já Joseildo Ramos destacou que o governo pretende usar a PEC 23 para adiar o pagamento de R$ 91 bilhões devidos pela União, condicionando a execução do programa Auxílio Brasil à aprovação do projeto. “Utilizando politicamente a fome de brasileiros para dar um calote em muita gente”. Rui chama de ‘traíras’ deputados que votaram a favor de PEC dos Precatórios

TRAÍRAS

O governador Rui Costa (PT), durante evento em Jaguarari, na manhã desta quinta-feira (4), chamou de “traíras” os deputados que votaram a favor da PEC dos Precatórios, aprovada na madrugada de hoje na Câmara dos Deputados por 312 votos a 144. Rui comparou os que votaram pela aprovação da PEC aos portugueses que, como enfatizou, entregavam bugigangas em troca que ouro e diamante dos índios e prometeu rodar a Bahia em 2022 (ressaltou que não será candidato) e pedirá votos para quem estiver ao lado do ex-presidente Lula.

“Eu não vou ser candidato no ano que vem, mas eu vou rodar essa Bahia inteira e pedindo ao meu povo: nós precisamos separar o joio do trigo. É revoltante o que esse povo faz com o povo pobre do nosso país. É revoltante ver deputado eleito com o voto da população votando contra a Bahia e contra os baianos”, esbravejou o governador, que esperava que a PEC não fosse aprovada para que a Bahia recebesse, ainda em 2022, cerca de R$ 10 bilhões de recursos de precatórios do Fundef.

Ele prometeu: “Eu vou rodar, no ano que vem, pedindo voto para você, Joseph [Bandeira, ex-prefeito de Juazeiro], para Josias [Gomes], para todo mundo que estiver ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva. Chega de deputado traíra, chega de gente que maltrata o povo e que vem aqui com conversa mole enrolar o povo. O Brasil não aguenta mais”. Dentre os “traíras”, figuram os deputados federais Cacá Leão (PP), filho do vice-governador João Leão, e Otto Alencar Filho, filho do senador Otto Alencar. A lista completa dos “traíras” pode ser lida aqui, na matéria publicada mais cedo por esse Política Livre, em que foi mostrado o voto de cada parlamentar baiano na matéria aprovada em primeiro turno.

O governador também não se preocupou em fazer menção negativa aos portugueses, mesmo após missão oficial do Governo do Estado chefiada por João Leão. Ele fez a menção negativa ao comparar os portugueses aos deputados que votaram a favor da PEC. “Os portugueses queriam roubar o povo indígena, queriam roubas os bens naturais, o ouro e os diamantes e o que é que eles faziam naquela época, antes até da escravidão, antes do tráfico de negros da África? Eles traziam espelhos, bugigangas, para iludir o povo indígena; enquanto distribuíam espelhos para os índios, estavam levando o ouro embora. É a mesma coisa que os deputados aliados de Bolsonaro querem fazer com a Bahia, com os baianos e o povo do Nordeste”, comparou Rui.

Ele continuou, no discurso inflamado: “Chegam aqui distribuindo quinquilharias em troca dos bilhões que estão tirando do povo baiano e do povo nordestino em troca da miséria que eles fizeram voltar em nosso país. Então espero que o povo dessa região saiba, [no] ano que vem, separar o joio do trigo”. O governador ressaltou ainda que “Lula ficou conhecido em todo o mundo como o presidente que tirou o Brasil da miséria, como presidente que tirou 34 milhões de brasileiros da extrema pobreza. E o que eles fizeram em pouco tempo?”

Jovane Sales nasceu em Macaúbas-BA. Desde criança sempre foi apreciador da leitura; concluiu o curso magistério com apenas 17 anos de idade. Com seu carisma, conquistou amizade das crianças, jovens e principalmente das pessoas com mais idade. Jovane Sales sempre gostou de política, foi Vereador, trabalhou na Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa da Bahia e atualmente é funcionário concursado da Prefeitura de Macaúbas. Pensando na população ele criou um Blog para atualizar a todos sobre o que está acontecendo na Região da Bacia do Paramirim, Bahia, Brasil e mundo.

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