GOVERNADOR DA BAHIA RUI COSTA ANUNCIA REAJUSTE DE 11,85% NA TARIFA DOS ÔNIBUS E CRITICA PROJETO QUE REDUZ ICMS SOBRE OS COMBUSTÍVEIS
O governo do estado anunciou um aumento de 11,85% na tarifa dos ônibus metropolitanos a partir da próxima sexta-feira 10.jun.2022. Segundo publicação no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira 08.jun.2022, o reajuste foi de R$ 0,50 no valor da passagem, que passa de R$ 4,30 para R$ 4,80 nos veículos que operam no Anel 1, que atende as cidades de Simões Filho e Lauro de Freitas.
Já o valor cobrado no Anel 2 terá crescimento de R$ 0,70, passando de R$ 6,10 para R$ 6,80. Os veículos desta categoria atendem aos municípios de Camaçari e Candeias. Por fim, os ônibus do Anel 3 terão um reajuste ainda maior, de R$ 1 no valor da tarifa, que vai de R$ 8,60 para R$ R$ 9,60.
Segundo a publicação da Agerba no diário oficial, o mesmo percentual de reajuste será aplicado às linhas Semiurbanas do Serviço Público de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do Estado da Bahia.
O transporte metropolitano vem enfrentando uma série de problemas nos últimos meses. Recentemente, rodoviários que atuam no sistema fizeram manifestações para cobrar reajuste salarial e também melhorias nas condições de trabalho. Pedem ainda a renovação da frota.
A crise provocada pelo aumento dos custos, em especial com o óleo diesel, provocou o fim da operação de algumas empresas, entre elas a BTM e a VSA. A quebra das duas empresas provocou uma série de prejuízos em municípios da região, como Simões Filho, Candeias e Camaçari, onde a população ficou por um tempo desassistida.
Em Simões Filho, moradores realizaram protestos em fevereiro contra o Governo do Estado por conta da falta de ônibus. Eles alegavam que, após a quebra da VSA, algumas linhas de ônibus deixaram de rodar, o que prejudicou o transporte metropolitano.
“Não posso concordar em tirar dinheiro da saúde, segurança e educação para garantir altos lucros de companhias de petróleo”. A declaração do governador da Bahia, Rui Costa (PT), foi dada em audiência com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta quarta-feira 08,jun.2022, em Brasília. O petista foi convocado junto com outros governadores para discutir o projeto de lei que tramita no Senado que reduz o ICMS sobre os combustíveis – o texto deve ser apreciado nesta quinta-feira 09.jun.2022.
Rui avalia que a proposta do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), para diminuir o preço dos combustíveis “quebrará” os estados, se aprovada pelo Congresso Nacional, e que se trata de uma artimanha com fins eleitoreiros. Além do projeto de lei defendido pelo presidente, Bolsonaro enviou ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza os estados a zerarem o ICMS que incide sobre o óleo diesel e o gás de cozinha (GLP), oferecendo compensações.
O projeto de lei, que já passou na Câmara e que está no Senado, prevê que a alíquota do ICMS para os setores mencionados, como combustíveis, seja fixada em um patamar máximo de 17%. Rui Costa disse que essa equação não fecha e causará uma tragédia na prestação de serviços públicos e no pagamento de servidores em todos os estados brasileiros. “A Bahia teria de abrir mão de R$ 5 bilhões. Como posso concordar com isso? Eu tenho que pagar salário de policial, de professor, comprar remédios para os hospitais todo mês. Sem essa receita, a conta não fecha. E o governo federal sabe bem disso”.
Na avaliação do governador baiano, uma saída eficaz e compromissada com a vida dos brasileiros para a queda do preço dos combustíveis seria usar as margens e os lucros extraordinários das companhias que comercializam petróleo, convertendo-os em recursos para a saúde e educação. “Vários países desenvolvidos do mundo fazem controle dos preços dos combustíveis. No Brasil, quer se retirar recursos da saúde, d da educação, do pagamento dos policiais, de professores para se garantir altos lucros das companhias de petróleo. Eu não posso concordar com isso”, explicou Rui.
A mesma linha de raciocínio é seguida pelos demais governadores do país. Na audiência com Pacheco, eles lembraram que a Petrobras, somente no primeiro trimestre deste ano, registrou um lucro de R$ 48 bilhões. O governador Rui Costa entende que se trata de um “cheque sem fundos” à população. “Não dá para entender o que está acontecendo com o nosso país, castigando o povo pobre para garantir lucros gigantescos para quem comercializa e produz petróleo. É uma inversão de valores”, afirma.
FONTE: Toda Bahia