HOMENAGEM AO BATERISTA MACAUBENSE HELTON FALECIDO EM AGOSTO DE 2021
Um dia fui dormir mais triste.
Em um final da tarde encontrei, em grupos de internet, a triste mensagem da morte de um amigo do qual eu tinha uma verdadeira e sincera cumplicidade artística.
Sim um artista em todos os sentidos, assim era Helton, uma lenda da bateria roqueira, cujo estilo era incomparável e sem precedentes.
Executava o instrumento com performances inimagináveis e com forte precisão musical, tudo isto associado à sua rebeldia, característica dos jovens roqueiros do Brasil dos anos 80, que conferia às suas execuções um sotaque singular e único o que me conquistou me tornando seu fã incondicional.
Assim, como em toda arte, o valor maior nasce do perfeito equilíbrio entre o dom e as agonias e indignações da nossa quase incontrolável alma jovem.
Helton é mais uma lenda macaubense que ficou no anonimato em função desta nossa descuidada geração que ainda não aprendeu a identificar, compreender e valorizar os verdadeiros gênios.
Assim, os gênios se consomem em suas próprias manifestações artísticas, não se conformam com as crenças e opiniões do mundo e muitos sucumbem e se perdem em sua irrefreável genialidade.
A poderosa arte de Helton não estava restrita ao campo musical. Era um cartunista de primeira monta e seus personagens , quase sempre baseados em sátiras geniais, divertiam e arrancavam risos dos privilegiados que puderam ter acesso aos seus cartuns.
Como todo grande artista, era meio angustiado e ansioso com os dilemas existenciais, pois sua visão que está além do insignificante e do inexpressivo, pode ter conflitado sua alma.
Sempre foi assim. Apenas alguns poucos humanos escapam desse conflito existêncial. A maioria sucumbe sem conseguir vencer essa poderosa força incontida de suas personalidades raras.
Assim Helton imortalizou-se.
A sua arte está viva e presente e a beleza contida nelas nos tornaram seres melhores.
Saudades eternas de Dalmazinho e de todos seus amigos e amigas.
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