MACAÚBAS: MÊS DE JUNHO É ÉPOCA DE DANÇAR FORRÓ, CONFRATERNIZAR, BRINCAR E VIVER, POR LUIZ ROCHA
Ao final da rua Direita, adornada pelas bandeirolas, descortina-se a praça da Matriz.
No alto da torre da igreja a padroeira estende os braços, saudando os viajores que por lá aportam, vindos dos mais variados recantos. Falo de Macaúbas, Chapada Diamantina, Bahia.
Ali, nesta época do ano, o tempo é Kairós. Os festejos juninos guardam lugar especial no coração dos seus habitantes.
Rever pessoas caras à nossa vida, familiares e amigos queridos, cumprimentar gente que não vemos há muito, muito tempo …
Dançar forró, confraternizar, brincar, viver.
A cada aurora o sol brota intenso, fechando o ciclo de mais uma noite (fria na temperatura e quente no coração).
Aquela cidade tem encantos que somente os seus conhecem…
Betânia, onde comemoramos o São Pedro, é a minha aldeia. O seu riacho perene é o Tejo citado poeticamente por Fernando Pessoa.
Aquele lugarejo tem cheiro de infância, de passarinho cantando nas árvores, de garapa de cana no engenho.
A capelinha fica no alto do morro e lá tem um botão onde se pode acionar a volta ao passado.
Eu apertei e vi todo o meu filme: a casa onde nasci e aquela construída por meu avô, o campinho de areia, o canavial verde, o gado pastando na roça, o pé de manga espada do sítio de tia Bebé (que tem mais de 100 anos e está firme, vivo, hígido, imponente).
Rubem Alves uma vez escreveu que “não haveria borboletas se a vida não passasse por longas e silenciosas transformações”.
Após toda a extensa noite que envolveu o mundo nos últimos 2 anos, as borboletas foram, metaforicamente, fixar moradia em Betânia …
Por aquelas bandas vivi dias memoráveis.
Agora a bússola indica Aracaju, a cajuzinha dos papagaios, que me acolhe há 27 anos.
Paz e Luz. Avante, sempre!
Luiz Rocha
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