ELEIÇÕES 2022 BAHIA: OTTO ALENCAR SERÁ CANDIDATO AO GOVERNO, RUI AO SENADO E WAGNER COORDENA CAMPANHA DE LULA
Otto consulta bancada do PSD e sacramenta ideia de ser candidato a governador
Principal entrave para o grupo do PSD é ver o vice-governador João Leão (PP) no Palácio de Ondina
O senador Otto Alencar reuniu a bancada baiana dos federais do PSD e discutiu a possibilidade real de se lançar candidato ao governo da Bahia. O encontro, na sede do partido nesta quinta-feira 24.fev.2022, sacramentou as condições mediante as quais o cacique pessedista poderá dizer sim ao grupo.
A tendência é de que ainda nesta quinta Otto comunique sua decisão ao governador Rui Costa (PT).
O principal entrave para o grupo do PSD é ver o vice-governador João Leão (PP) sentar na cadeira de governador por nove meses, em caso de renúncia de Rui para disputar o Senado Federal.
No início desta semana, alguns petistas passaram a considerar um cenário sem a candidatura do senador Jaques Wagner e ventilaram o nome da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT), como vice em eventual chapa encabeçada por Otto.
“Habemus candidatos”. A fumaça branca foi lançada no Palácio de Ondina e o grupo político que comanda a Bahia chegou a um consenso sobre a chapa majoritária para a corrida eleitoral de 2022: Otto Alencar (PSD) será apresentado como candidato a governador e Rui Costa (PT) tentará uma vaga no Senado. A decisão inclui a retirada da candidatura posta de Jaques Wagner (PT) ao governo, com o senador assumindo a coordenação de campanha a presidente de Luiz Inácio Lula da Silva. O anúncio não será formalizado ao longo dos próximos dias – ou até que aconteçam as conversas com lideranças nacionais e locais dos partidos aliados. As informações foram confirmadas por pessoas que participam das negociações ao Bahia Notícias, desde que em condição de anonimato.
A operação para a mudança de posições da composição envolveu o processo de convencimento de Otto para abandonar a campanha de reeleição ao Senado, após Rui decidir ser candidato ao posto e pressionar Wagner contra a parede. O ex-governador, ainda que não tivesse como prioridade voltar ao cargo, havia embarcado no projeto para garantir a manutenção da aliança política. Na metade do mandato como senador, Wagner tinha o conforto do apoio das legendas aliadas, endossado pela própria cúpula petista e pelos deputados federais e estaduais. Todavia, Rui “bagunçou” os planos do grupo.
Até aqui, Otto tem reiterado a candidatura a senador. Todavia, com a articulação do colega de Casa e de partido, Angelo Coronel, houve o entendimento de que era viável a tentativa dele ser candidato ao governo.
Durante toda a quinta-feira 24.fev.2022, os envolvidos – com exceção de Rui, que cumpre agenda no interior – intensificaram as conversas para aparar as últimas arestas. O caminho é tratado como definitivo, mas ainda depende do aval de dois caciques nacionais: o próprio Lula e o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que publicamente tratou a candidatura de Otto como uma “punição”.
É esperada uma “foto” do apertar de mãos entre Kassab e Lula, algo que não perpassa por um apoio dos socialdemocratas ao ex-presidente ainda no primeiro turno, como chegou a circular nos bastidores.
A posição de Wagner foi alterada após o ex-governador ficar exposto pela movimentação feita por Rui ao longo dos últimos dias. O petista não admitirá o desconforto, mas, ao migrar para a campanha de Lula, encontra uma “saída honrosa” para a cama de gato criada pela candidatura de Rui a senador.
Ele, inclusive, participa de uma reunião em São Paulo, nesta sexta 25.fev.2022, onde fará a comunicação oficial aos membros do PT nacional.
FONTE: Bnews e Bahia Notícias