ELEIÇÕES BAHIA 2022: DEPOIS DA DESISTÊNCIA DE WAGNER DE SER CANDIDATO A GOVERNADOR O PT ENTRA EM PARAFUSO SEM SABER O QUE FAZER
Depois que o senador Jaques Wagner confirmou, na segunda-feira 28.fev.2022, que não será candidato a governador em 2022, o partido encerrou a reunião que iniciou com ele para discutir o assunto na expectativa de definir nova estratégia que inclui, inclusive, a apresentação de candidatura própria.
“A retirada da minha candidatura não implica na retirada da candidatura do PT. Quem decidirá se terá candidatura ou não, não sou eu, será o partido”, afirmou Wagner, em nota divulgada há pouco pelo partido.
O presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, comentou a reunião: “É claro que respeitamos a decisão do companheiro Wagner, mas não a recebemos com alegria. Nossas instâncias se reunirão intensamente nos próximos dias para atualizar nossa posição”. Estiveram presentes deputados estaduais e federais, vereadores e prefeitos filiados ao PT.
Os dirigentes petistas reafirmaram a decisão do sétimo Congresso do partido que aponta a estratégia da sigla de encabeçar a chapa majoritária.
“Nossa decisão será fruto do debate interno, mas também do imprescindível diálogo com os demais partidos e lideranças da base, como Otto, Leão, Lídice e PCdoB”, ressaltou o presidente do PT na Bahia.
Depois de Wagner confirmar que não será candidato, PT encerrou a reunião sem saber o que fazer.
Ainda tontos marcaram uma reunião para discutir o assunto na expectativa de definir nova estratégia que inclui, inclusive, a apresentação de candidatura própria.
Em parafuso antes de decisão de Otto, PT discutiu apresentar Caetano ou Moema como candidatos ao governo.
Até ter obtido a confirmação do senador Otto Alencar (PSD) ontem à tarde de que aceitava concorrer ao governo pelo grupo, a cúpula petista entrou em parafuso sobre o que fazer com a sucessão estadual tentando buscar saídas para o impasse criado com a decisão do senador Jaques Wagner (PT) de se retirar da disputa.
No auge da indefinição, até os nomes da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, e do chefe da Casa Civil, Luiz Caetano, foram apresentados como alternativas para a cabeça da chapa governista.
A proposta, animadamente aceita pelos dois, e apoiada por Wagner e Rui Costa (PT), sob o argumento, que alguns deputados consideraram delirante, de que a candidatura do governador ao Senado puxaria o cabeça da chapa, levou deputados e outras lideranças petistas presentes à reunião ao mais completo desespero.
Um dos parlamentares relatou ao Política Livre que a grita só não foi maior em respeito ao espaço em que o encontro aconteceu – no apartamento do senador petista, na Vitória.
Aliás, a fonte, como outros, acreditam que Wagner só promoveu o encontro em sua casa como uma estratégia deliberada para conter o ímpeto dos partidários que sabia que poderiam se exaltar no momento em que confirmasse que, a despeito dos apelos, perdera as condições de concorrer ao governo depois que Rui fechou questão em relação à decisão de disputar o Senado, embora, durante a reunião, a todo momento, ele buscasse negar que os fatos estivessem correlacionados.
Da hora em que começou, logo após o almoço, até as 16h, o debate circulou entre as manifestações de Wagner de que estava fora do páreo, apelos chorosos dos deputados para que voltasse atrás na decisão e as tentativas para o convencimento de Otto, em outra parte da cidade, sobre as quais eles eram permanentemente informados.
O trabalho era feito por correligionários do senador do PSD articulados com Wagner e Rui com a determinação de levá-lo a aceitar o desafio sob o argumento de que era a grande chance de sua vida.
Uma liderança petista disse que, enquanto o tempo passava e a definição na saia, um insuportável clima de baixo-astral foi tomando conta do espaço e um deputado foi visto vertendo lágrimas, ao dizer que não acreditava no que estava assistindo e que, daquela forma, sua reeleição iria, definitivamente, para o ralo.
O ambiente só desanuviou por volta das 17hs, quando novas informaçõespassaram a chegar e houve os primeiros sinais de que Otto, apesar de ainda estar resistindo, poderia aceitar a candidatura.
Com o risco de marchar para a campanha sob o comando de Moema ou Caetano ainda em curso, no entanto, muitos permaneciam à beira de um ataque de nervos até que Wagner finalmente anunciou que Otto topara ser o candidato em prol da unidade de todo o grupo, numa solução que uniria o PSD, o PP e o PT.
Os petistas se entreolharam visivelmente aliviados como se tivesse emergido o “Redentor”.
A mesma fonte disse que só não houve gritos em comemoração ao anúncio em respeito ao ambiente residencial em que o encontro se desenrolou.
FONTE: Politica Livre, Bahia Notícias, Blog Jovane Sales