COVID-19 : ANTICORPOS DURAM AO MENOS 3 MESES, DIZEM ESTUDOS
As pesquisas,
que buscam respostas para uma das perguntas mais comuns sobre a Covid-19, se
somam a outras já existentes sobre a imunidade ao vírus em pessoas curadas, e
algumas delas apontam que os anticorpos podem continuar protegendo os
organismos por até seis meses.
Ambos os
estudos publicados na quinta-feira (8) concluíram que as imunoglobulinas G
(IgG) são os anticorpos de maior duração e que podem ser detectados no sangue e
na saliva dos pacientes por pelo menos três meses, o que faz com que sejam
índices "promissores" para a detecção e avaliação das respostas
imunológicas à COVID-19.
Além disso, o
fato de que os níveis desses anticorpos sejam semelhantes tanto no sangue como
na saliva, sugere que esta última poderia passar a ser utilizada como
alternativa para a realização de testes de IgG.
Um dos
estudos, conduzido pela imunologista Anita Iyer, da Universidade de Boston
(EUA), analisou 343 pacientes americanos com Covid-19 - 93% dos quais tiveram
que ser internados pela doença -, durante um máximo de 122 dias após o
aparecimento dos primeiros sintomas, e comparou seus níveis de anticorpos com
os encontrados em amostras de sangue de 1.548 pessoas coletadas antes da
pandemia.
Os resultados obtidos apontaram que as imunoglobulinas M (IgM) e A (IgA) permaneciam ativas por um curto período, se equiparando a níveis de concentração insignificantes 49 e 71 dias, respectivamente, após os primeiros sintomas.
Por outro
lado, o número de imunoglobulinas G contra a proteína Spike do coronavírus -
recurso que o vírus usa para invadir as células humanas - "apresentou uma
queda lenta durante um período de 90 dias", e apenas três dos voluntários
que participaram do estudo zeraram os níveis de IgG dentro deste prazo.
A outra
pesquisa, liderada pela imunologista Baweleta Isho, da Universidade de Toronto,
que analisou amostras de sangue de 739 pessoas e a saliva de 247, entre
infectadas e saudáveis, e constatou que os níveis de IgG permaneciam
"relativamente estáveis" durante um período de 115 dias após a
aparição dos primeiros sintomas, apesar de apresentarem uma "queda brusca
nos últimos 10 dias deste intervalo de tempo", o que "reflete"
as reduções de IgA e IgM.
Os dados
mostraram ainda que picos de IgG se produziam entre o 16º e o 30º dia, tanto no
sangue como na saliva dos pacientes contaminados.
De acordo com Jennifer Gommerman, coautora deste artigo científico e professora da Universidade de Toronto, o estudo conduzido no Canadá mostra que "os anticorpos IgG contra a proteína Spike do vírus são relativamente duradouros tanto no sangue como na saliva".
Este é o
primeiro estudo que, segundo Gommerman, comprova que os anticorpos podem ser
encontrados na saliva em níveis que correspondem diretamente aos detectados no
sangue, o que poderia facilitar a coleta de amostras para a realização de
testes de IgG, feitos atualmente apenas com o plasma sanguíneo.
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