DESEMPREGO ACELERA E ATINGE MAIOR TAXA EM OITO SEMANAS
Com o fechamento de 1,5 milhão de postos de trabalho, a taxa
de desemprego acelerou no fim de junho, atingindo o maior valor desde o início
de maio, quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) passou
a divulgar a evolução semanal do mercado de trabalho durante a pandemia.
De acordo com o instituto, 12,4 milhões de brasileiros
estavam em busca de trabalho na semana encerrada em 27 de junho, o que equivale
a uma taxa de desemprego de 13,1%. São 2,6 milhões de pessoas a mais do que a
primeira edição da pesquisa, na semana encerrada no dia 9 de maio.
Em nota, a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, diz
que a piora do indicador é resultado tanto da queda da população ocupada quanto
do aumento do número de pessoas atrás de emprego. "A população desocupada
em busca de ocupação aumentou 26% em relação à primeira semana de maio",
disse ela.
A pesquisa do IBGE identificou que 82,5 milhões de
brasileiros tinham trabalho na última semana de junho, contra 84 milhões na
semana anterior. Foi a primeira vez que a queda no número de ocupados superou
um milhão de pessoas desde o início da pesquisa.
Segundo o IBGE, caiu também o contingente de pessoas que têm
emprego, mas estavam afastadas do trabalho devido ao isolamento social, que
passou de 11,1 milhões para 10,3 milhões de pessoas. Na comparação com o início
de maio, são 5,5 milhões de pessoas a menos.
"Isso é resultado de pessoas que podem estar retornando
ao trabalho, mas também devido a um possível desligamento dessas pessoas do
trabalho que elas tinham", disse a coordenadora da pesquisa do IBGE.
Houve queda também no número de trabalhadores informais, que
passou de 29,9 milhões no início de maio para 28,5 milhões na última semana de junho,
em um indicativo de que a aceleração do desemprego também atingiu aqueles que
não têm carteira assinada.
A taxa de desemprego reflete o contingente de pessoas que
diz estar em busca de uma colocação. Segundo o IBGE, porém, há 26,9 milhões de
pessoas no país que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho no
período.
Com o relaxamento das medidas de isolamento, caiu o número
de pessoas que alegam que a pandemia limita a busca por emprego. No início de
maio, eram 19,1 milhões. Já na última semana de junho, foram 17,8 milhões de
pessoas.
"A pandemia vem, cada vez mais, deixando de ser o
principal motivo que as pessoas alegam para não ter procurado trabalho",
afirmou Vieira. Entre os ocupados, 8,6 milhões trabalhavam de forma remota,
número que segue estável desde a primeira semana da pesquisa.
Nesta quinta (17), o IBGE divulgou a primeira edição de uma
pesquisa sobre os impactos da pandemia nas empresas, que indicou que 522 mil
negócios suspenderam atividades ou fecharam definitivamente as portas após o
início da crise.
O problema atingiu de forma mais intensa pequenas empresas
do setor de serviços, que é um grande empregador e sofre mais com as restrições
à abertura de estabelecimentos comerciais. Nesse segmento se enquadram, por
exemplo, bares, restaurantes, hotéis e atividades culturais.
FONTE: Yahoo Finanças
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