PORQUE OS MUNICÍPIOS NÃO CRIAM UTI PARA ATENDER A POPULAÇÃO?
É o que se mais ouve nesse momento em que passa o Brasil e o mundo, porque os Prefeitos não criam UTI para socorrer a população, afinal de contas quanto custa a construção e para que serve uma UTI?
O custo de uma UTI é muito alto, isso faz com que os pequenos e médios municípios não possam manter a mesma.
O que é necessário para se construir uma UTI Adulta com 10 leitos, sendo nove leitos gerais e um de isolamento, sendo que também comportará todos os equipamentos para atender com qualidade os pacientes, e uma UTI Neo Natal com 10 leitos infantis.
VALORES NECESSÁRIOS:
- Construção da UTI Adulto no valor de R$ 1.308.919,26;
- Equipamentos UTI Adulto - R$ 1.206.000,00;
- Periféricos UTI Adulto – R$ 200.000,00;
- Construção UTI Neo Natal – R$ 886.599,90;
- Equipamentos UTI Neo – R$ 1.500.000,00;
- Periféricos UTI Neo – R$ 250.000,00;
- Obras complementares – R$ 1.800.000,00.
Obs: será necessário o total de 50 funcionários para atender os turnos de 24 horas.
O valor da diária de uma UTI depende do perfil do hospital e da cidade onde está localizado, mas, é em média cerca de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil por dia.
UTI é a Unidade de Terapia Intensiva existente nos hospitais e destinada ao acolhimento de pacientes em estado grave com chances de sobrevida, que requerem monitoramento constante (24 horas) e cuidados muito mais complexos que o de outros pacientes, ela é composta de uma equipe multiprofissional, que teve conter médico, enfermeira, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, sociólogo e teólogo. Desde o planejamento e organização da UTI até o atendimento, recuperação e alta dos pacientes deve se fazer notar a participação da equipe multiprofissional.
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E INTERDISCIPLINAR
- Médico intensivista: designação técnica do médico especializado e dedicado exclusivamente ao atendimento do paciente internado nas Unidades Intensivas e Emergenciais. Possui conhecimento clínico e cirúrgico amplo, capaz de diagnosticar, medicar e realizar procedimentos complexos emergenciais. A especialidade é definida como Medicina Intensiva, reconhecida mundialmente com certificações específicas. Cabe a este profissional evoluir e medicar diariamente os pacientes internados nos aspectos nutricionais, cardiológicos, pulmonares, neurológicos entre outros. Responde integralmente na condução e responsabilidade da Unidade como todo.
- · Enfermeiro intensivista: Enfermeiro com formação para o atendimento de pacientes de alta complexidade com grande dependência no leito. Integra a equipe multiprofissional e é o profissional responsável por planejar todos os cuidados que serão realizados pela equipe de enfermagem através da Sistematização da Assistência de Enfermagem, como elaboração dos diagnósticos de enfermagem e prescrição de cuidados. Além disso supervisiona a ação da equipe de enfermagem que é composta pelos técnicos de enfermagem e coordena as ações do setor no que tange a higienização, controle das medicações e prescrições, tendo papel assistencial fundamental. É o profissional referência para os outros profissionais na detecção de anormalidades e piora do quadro clínico dos pacientes uma vez que é o profissional que está presente 24 horas ininterruptas na assistência ao paciente crítico.
- Cirurgião-Dentista: Atua no controle de biofilme de superfícies da cavidade oral, dentes e mucosas, prevenindo Pneumonia Nosocomial ou Pneumonia Associada a Ventilação-Mecânica. Remove e controla focos de infecção bucais, como dentes com grande comprometimento sem possibilidade de reabilitação os quais podem ser porta de entrada e disseminação de infecções com repercussões sistêmicas. Diagnostica e trata outros tipos de infecções virais e fúngicas na região bucal, como Herpes e candidíase . Maneja condições bucais decorrentes da intervenção a saúde, como lesões traumáticas relacionadas a dispositivos, traumas de tecidos moles e duros da região oro-facial.
- · Fonoaudiólogo intensivista: O fonoaudiólogo no âmbito hospitalar integra a equipe de saúde atuando em forma multi ou interdisciplinar. Esta atuação é caracterizada com objetivos de prevenção, diagnóstico funcional e reabilitação propriamente dita. Objetiva assim, a redução e prevenção de complicações como a pneumonia aspirativa, e o restabelecimento da alimentação via oral e da comunicação. A atuação do fonoaudiólogo em UTI tem como principais objetivos: a avaliação, orientação e reabilitação. A avaliação tem início com uma anamnese completa, avaliação propriamente dita direcionada para as alterações fonoaudiológicas, ou seja, linguagem, deglutição, voz e /ou fala.A disfagia é uma das alterações fonoaudiológicas que mais solicitará a presença de um fonoaudiólogo na UTI em caráter emergencial, devido às series de complicações que podem gerar no estado de saúde do paciente. A avaliação clínica da deglutição do paciente é realizada sempre monitorando o mesmo, quando o quadro clínico deste, encontra-se estável. Após a avaliação, discute-se com a equipe os reais riscos e /ou benefícios que o início da deglutição via oral pode trazer.
- · Fisioterapeuta intensivista: a fisioterapia no paciente crítico é fundamental para manutenção e prevenção de vários aspectos da fisiologia em virtude da dependência total ou parcial dos pacientes que podem culminar na chamada Síndrome do Imobilismo. Na Síndrome há diminuição do trofismo muscular, emagrecimento, retração de tendões e vícios posturais que podem provocar contrações permanentes e no dorso (nas costas) as chamadas úlceras de pressão. A assistência ventilatória é outra necessidade fundamental realizada através do fisioterapeuta, que efetua higienização brônquica diária através de técnicas específicas e controle do ventilador mecânico. · Terapeuta Ocupacional intensivista: sua atuação envolve ações de prevenção, promoção, proteção, educação, intervenção e reabilitação do paciente, com o objetivo de prevenir deformidades, disfunções e agravos físicos e/ou psicossociais e afetivos, e de modo a promover o desempenho ocupacional e a qualidade de vida do indivíduo (CONSELHO...,2012).
- · Nutricionista: Realiza o diagnóstico e prescrição nutricional. Diariamente efetua avaliações e mantém o aporte calórico, proteico, glicêmico e vitamínico equilibrado e essencial para manutenção do funcionamento e atividades vitais do organismo.
- · Psicólogo intensivista: todos aspectos emocionais, seja do paciente, da família ou da equipe, são constantemente avaliados e observados através da psicologia intensiva. Com presença fundamental nos períodos das visitas familiares, objetiva estabelecer além da humanização a aproximação e apoio terapêutico necessário.
- · Assistente social: atua no apoio a família e paciente em situações externas ou internas que possam impor dificuldades não relacionadas ao andamento terapêutico direto, seja no âmbito familiar , do trabalho ou pessoais.
EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS EM UMA UTI
Cada leito contém monitores cardíacos, cama elétrica projetada, oximetria de pulso e rede de gases. Dentre os principais equipamentos utilizados em UTI estão: ·
Termômetro
· Oxímetro de pulso:
Equipamento que possui sensor óptico luminoso o qual é colocado no dedo. Através da determinação da coloração sanguínea capilar, verifica a taxa de saturação do oxigênio designada Saturação de O2, ou seja, mede indiretamente a oxigenação dos tecidos de maneira contínua.
· Eletrocardiográfico, com frequência cardíaca e medida intermitente de pressão arterial. Situa-se na cabeceira do leito e é conectado ao paciente através de eletrodos descartáveis no tórax.
· Monitor de pressão arterial o Não-invasivo (Esfigmomanômetro) o Invasivo (por punção arterial em geral a radial)
· Capnógrafo
· Monitor Cardíaco - Efetua o controle do débito cardíaco o Swan-Ganz
· Sonda naso-enteral: quando ocorre dificuldade da ingestão dos alimentos, é introduzida sonda maleável de baixo calibre na narina até o duodeno, porção após o estomago. Dietas especiais designadas Dietas Enterais, são mantidas em infusão contínua dando aporte necessário de calorias, proteínas e eletrólitos. As Dietas especiais dispensam as dietas convencionais, podendo o paciente utilizá-las por longo período.
· Sonda vesical - Em pacientes inconscientes ou que necessitam controle rígido da diurese (volume urinário), é necessário introduzir sonda na uretra (canal urinário) até a bexiga. A sonda é conectada em bolsa coletora que fica ao lado do leito em locais baixos.
· Máscara e cateter de oxigênio - São dispositivos utilizados para fornecer oxigênio suplementar em quadros de falta de ar. O cateter é colocado no nariz e a máscara próxima a boca com finalidade de nebulizar umidificando e ofertando O2. Em geral são dispositivos passageiros e retirados após melhora dos quadros dispneicos (falta da ar).
· Cateter Central - O cateter é chamado de central em decorrência de estar próximo ao coração. Fino, da espessura de uma carga de caneta, é introduzido através do pescoço ou no tórax (infraclavicular – abaixo da clavícula). Permite acesso venoso rápido e eficaz. Sua permanência pode variar de semana a meses. É indolor.
· Tubo orotraqueal - Trata-se de tubo plástico, maleável, de diâmetro aproximado de 0.5 a 1.0 cm e é introduzido na traqueia sob anestesia e sedação. Permite a conexão do ventilador mecânico com os pulmões. A permanência pode ser de curta duração, até horas, ou semanas. Caso não possa ser retirado e com previsão maior de duas semanas, poderá ocorrer possibilidade de traqueostomia e inserção da cânula baixa permitindo ao paciente maior conforto e até alimentar-se.
· Ventilador Mecânico - Aparelho microprocessado valvular que permite a entrada e saída do ar dos pulmões, oxigenando-os e mantendo estabilidade e segurança do sistema respiratório. Os equipamento modernos permitem maior interação entre paciente-ventilador com seu comando ou não. Apesar das inúmeras vantagens e em vários casos obrigatórios, estabelece interrupção da fisiologia normal respiratória, favorecendo infecções pulmonares designadas “pneumonias do ventilador”. O processo de retirada do ventilador mecânico é chamado de desmame ventilatório, que é gradual. · Patinho (ou "Cumpadre") - É usado para pacientes homens conscientes e lúcidos urinarem por vontade própria. Pode ser usado até mesmo com o paciente em pé (como se fosse uma espécie de "mictório portátil"). Necessita da ajuda de um enfermeiro ou de uma enfermeira, mas é um método muito importante para ajudar a manter a fralda do paciente limpa e para fazer o paciente se movimentar.
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