MAIS DE 8 MILHÕES DE BRASILEIROS TRABALHARAM DE CASA ATÉ O FIM DE JULHO
O “novo normal” ao qual o mundo está se adaptando em meio à
pandemia da Covid-19 promete modificar, definitivamente, as relações de
trabalho. Antes resistentes em adotar o regime de trabalho remoto,
regulamentado pela lei brasileira, muitas empresas se viram forçadas a aderir
ao home office em decorrência da crise que o novo coronavírus causou.ÂÂ
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), cerca
de 8,4 milhões de brasileiros estavam trabalhando de casa até o fim do mês de
julho.
Segundo a advogada Cyntia Possídio Lima, o isolamento social
antecipou uma transição no mundo do trabalho que já vinha se desenhando. “Essa
é uma realidade que veio para ficar. A adoção do home office ou teletrabalho só
cresceu desde então, devido ao desenvolvimento da tecnologia, fruto de uma era
na qual se impera a lógica digital, modificando as relações de trabalho”,
afirma.
O temor de muitos gestores com a queda de produtividade dos funcionários
não se confirmou. Agora, diante da tentativa de implementar o modelo de modo
permanente, muitas dúvidas podem surgir, especialmente em relação à legislação.
Especialista em Direito do Trabalho, Karolên Gualda Béber, diferencia os
termos. Ela diz que o “teletrabalho está previsto na CLT [Consolidação das Leis
Trabalhistas]”. Já o home office, explica, é um estágio “mais pontual”. Segundo
Karolên, a legislação brasileira não traz uma regra específica sobre quem arca
com os custos do trabalho em casa, nem como fazer esse cálculo. “A empresa [é
quem deve] vai arcar com o custo de internet, luz e telefone. É importante
deixar claro que isso vai sempre ser objeto de negociação entre a empresa e o
empregado”, orienta.
Com exceção do vale-transporte, os especialistas entendem
que os benefícios que o trabalhador ganha além do salário devem ser mantidos. O
vale-refeição, usado comumente para compras em restaurantes e lanchonetes, por
exemplo, poderia ser substituído pelo vale-alimentação, aceito em supermercados.
Karolên afirma que deve haver cuidado por parte das empresas para não invadirem
a vida privada do trabalhador. “O empregado que sentir que está sofrendo um
controle, que sofre uma fiscalização e quer pleitear seus direitos na Justiça,
ele vai ter que juntar provas da fiscalização do empregador. Pode ser e-mail,
WhatsApp, momentos de login e logout no sistema. Tudo isso é prova da jornada e
do controle de jornada feito pelo seu empregador”, aconselha.
Além da melhoria na produtividade, o trabalho remoto pode
dar alívio ao caixa dos empregadores. Segundo o ministério da Economia, até
junho, o governo federal economizou R$ 360 milhões com a implantação do home
office.
FONTE: SERTÃO HOJE
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