PADRE ROBSON DO SANTUÁRIO DO DIVINO PAI ETERNO É ACUSADO DE DESVIAR DINHEIRO DA AFIPE
O arcebispo metropolitano Dom Washington Cruz suspendeu
temporariamente neste domingo (23) o direito de realizar celebrações do padre
Robson de Oliveira, investigado por supostos desvios de dinheiro de doações
para comprar fazendas, casa na praia e outros itens de luxo. O religioso, que
era reitor da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), responsável pelo
Santuário Basílica de Trindade, nega qualquer irregularidade.
Segundo a nota à imprensa o objetivo é “tutelar os fiéis e
garantir a imparcialidade das investigações”. Padre Robson pediu afastamento da
Afipe na sexta-feira (21), após o Ministério Público realizar a Operação
Vendilhões.
De acordo com as investigações, em dez anos, a Afipe
movimentou R$ 2 bilhões. O MP apura se R$ 120 milhões foram usados para
finalidades fora das atividades religiosas. Entre as transações investigadas
estão a compra de uma fazenda no valor de R$ 6,3 milhões e uma casa de praia na
Bahia por R$ 2 milhões.
Entre anos de 2016 e 2018, os donativos atingiram um
montante de mais de R$ 746 milhões, de acordo com o órgão, que investiga se
parte do valor, aproximadamente R$ 120 milhões, foi desviado para empresas e
pessoas investigadas no processo.
De acordo com o MP, a Afipe se tornou “uma grande empresa”.
Algumas empresas com as quais a associação negociava tinham os mesmos sócios e
funcionavam no mesmo endereço.
CASO DE EXTORSÃO ORIGINOU AÇÃO
De acordo com o MP, a operação se originou por conta de
outra investigação vinculada ao padre Robson. Conforme o apurado, na ocasião, o
religioso, após ser vítima de extorsão, "utilizou indevidamente recursos
provenientes de contas das associações que preside".
Um hacker chegou a ser condenado em março do ano passado por
extorquir R$ 2 milhões do padre, ameaçando revelar um suposto caso amoroso.
Porém, a polícia apontou que as mensagens usadas na tentativa de extorsão eram
falsas.
A investigação apontou que o padre foi extorquido durante
dois meses, entre março e abril de 2017, e que teria repassado parte do valor
solicitado usando dinheiro da Afipe. No entanto, na ocasião, a entidade disse
que “não teve nenhum prejuízo financeiro e todo o valor já voltou para a
instituição”.
De acordo com as investigações, o dinheiro foi repassado por
meio de transferências bancárias e entregas em espécie. Os pagamentos eram
feitos em quantias de R$ 50 mil a R$ 700 mil. Em alguns casos, o valor era
deixado dentro de um carro na porta de um condomínio ou no estacionamento de um
shopping da capital. Uma das entregas foi supervisionada pela Polícia Civil a
fim de identificar e localizar todos os criminosos.
(Fonte: G1 Goiás)
0 Comentários