MACAÚBAS – BA: PAI É PRESO POR ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Um homem (A.C.S.B) foi preso, nesta quinta-feira (07.11.2024),
pelo crime de estupro de vulnerável na cidade de Macaúbas - Bahia, na região da
Bacia do Paramirim.
Chegou ao conhecimento do nosso blog www.blogjovanesales.com.br que policiais da 4ª CIPM e Policiais Civil de Macaúbas aprenderam um homem que vinha estuprando sua filha desde que a mesma tinha 09 anos de idade ou seja há 05 visto que a criança se encontra hoje com 14 anos.
Quase na totalidade dos casos de estupro de vulnerável, percebe-se que é o modus operandi dos indivíduos que praticam esses crimes é o mesmo, a exemplo: "vou matar a sua mãe", etc., "vou matar sua irmã", "se você falar vou me vingar de alguém".
Essas são formas que essas pessoas sem coração fazem para manter o seu crime em segredo.
Mas, na cidade de Macaúbas foi diferente, depois que chegou ao conhecimento das policias civil e militar de Macaúbas (que estão dando um show trabalhando em conjunto) que um pai estava abusando de sua filha de 14 anos, os policiais começaram de imediato a investigação, após constatar a veracidade do fato foi solicitado ao Poder Judiciário a prisão do indivíduo, com o mandato de prisão em mãos os policiais foram efetuar a prisão e se surpreenderam com a mãe da criança que não queria que prendesse o estuprador, isso despertou suspeita da equipe que agora vai investigar se a mãe da criança que foi violentada sabia do que estava acontecendo.
Parabéns aos Policias Civil, Militar, Poder Judiciário e Ministério Público, com o trabalho de vocês Macaúbas se sente mais segura.
Uma pergunta que muitos tem feito é: o que é considerado
estupro de vulnerável?
Previsto no art. 217-A do Código Penal, o
crime de estupro de vulnerável se configura, em três hipóteses:
1. Quando há conjunção carnal (sexo) ou prática de outro ato
libidinoso com menores de 14 anos. Aqui, basta que a vítima tenha menos de 14
anos para que se configure o crime. Importante destacar que, a rigor, mesmo que
a vítima deseje o ato sexual, ainda assim, o crime estará consumado.
2. Quando há conjunção carnal ou a prática de outro ato
libidinoso com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para a prática do ato.
Aqui ocorre quando o agente mantém relações sexuais ou
outros atos libidinosos com pessoas que não conseguem, por doença ou
deficiência mental, compreender e consentir com o sexo.
3. A terceira e última hipótese se dá quando há a conjunção
carnal ou a prática de outro ato libidinoso com pessoa que, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência."
A pena prevista para o crime de estupro de vulnerável é
bastante superior a do crime de estupro comum, indo de 8 a 15 anos de reclusão.
Por fim, por ser crime hediondo, o condenado neste tipo penal precisará cumprir maiores frações da pena para progredir de regime, atualmente pelo menos 40%, se não for reincidente.
SAÚDE MENTAL: OS IMPACTOS DO ABUSO SEXUAL NA INFÂNCIA E
ADOLESCÊNCIA
Como sempre falamos, o apoio psicológico para crianças e adolescentes após a ocorrência de uma violência sexual é imprescindível para evitar a revitimização e ajudar a vítima a lidar com esse trauma e amenizar as inúmeras consequências e marcas no comportamento e nas relações interpessoais deixadas a longo prazo.
Esse tipo de violência pode gerar diversas questões para a
criança ou adolescente que o sofreu. Isso porque, quando a violência é
praticada por algum parente ou conhecido da vítima – a forma mais comum desse
tipo de violência – a visão de segurança, confiança e proteção que ela
possui é abalada e pode ser reproduzida na vida adulta.
As consequências a médio e longo prazo.
Segundo Gorete Vasconcelos, psicóloga especializada em
psicologia clínica e atendimento a vítimas de violência doméstica, não existe
um padrão uniforme no processamento de uma violência. “Cada pessoa vai
ressignificar e processar as consequências da violência de forma singular.
Porém, toda e qualquer violência deixa marcas no psiquismo, que geralmente
comprometem o desenvolvimento da criança e do adolescente e a sua
subjetividade.”
Ansiedade, depressão, síndrome do pânico, comportamentos
autodestrutivos ou sexualização precoce são alguns dos transtornos que podem
surgir em adolescentes vítimas de abuso. O transtorno de estresse
pós-traumático (TEPT), por exemplo, que causa sofrimento intenso e afeta várias
áreas da rotina, como relacionamentos e trabalho, é desenvolvido por cerca de
57% dessas vítimas.
A psicóloga acrescenta: “A criança sente o corpo profanado,
invadido, e pode apresentar diversos sintomas, tais como: angústia de que algo
se quebrou dentro do seu corpo, sentimento de culpa, perturbações do sono,
dores abdominais, enurese (perda do controle da bexiga durante o sono), encoprese
(um tipo de incontinência fecal), distúrbios alimentares, entre outros. Os
pré-púberes apresentam sequelas que dificultam sua evolução psicoafetiva e
sexual, afetando as identificações que ela poderia construir, impedindo que a
adolescência seja um período de questionamento construtivo.”
A dissociação, caracterizada por um afastamento súbito da
realidade e pela falta de compreensão sobre o que é ou não real, também é comum
em casos de abusos frequentes com crianças. Essa lacuna de percepção pode causar
problemas emocionais e de socialização no futuro.
Para evitar essa consequência, Gorete ressalta que “faz-se
necessário o rompimento com o ciclo de silêncio imposto pela violência, o apoio
de figuras de proteção em âmbito familiar e rede de apoio comunitário.” Para
além desses aspectos, a responsabilização do autor da violência e o
acompanhamento à família, incluindo o tratamento terapêutico, são
imprescindíveis, uma vez que esta violação de direitos danifica o sistema
familiar e social de toda a rede de proteção.
Como ajudar?
Após o primeiro atendimento na rede de proteção e o relato
da violência via escuta especializada, o acompanhamento psicológico contínuo é
fundamental e será decisivo para minimizar os impactos do episódio na sua saúde
mental de crianças e adolescentes. Para esse atendimento, a recomendação
é procurar um psicólogo de confiança ou entrar em contato com algum Centro de
Referência Especializado da Assistência Social – CREAS – ou com o Centro
Especializado da Saúde mais próximo da moradia da vítima.
Denuncie!
E lembre-se que a denúncia é a melhor forma de prevenir a
violência sexual contra crianças e adolescentes. Sob qualquer suspeita ou
confirmação de algum caso, denuncie a Policia Militar pelo 190 ou Disque 100,
pelo app Direitos Humanos ou ligue 180. A denúncia é anônima!
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