CONFIRA AS 10 TENDÊNCIAS PARA O MUNDO PÓS-PANDEMIA
1. REVISÃO DE CRENÇAS E VALORES
A crise de saúde
pública é definida por alguns pesquisadores como um reset, uma
espécie de um divisor de águas capaz de provocar mudanças profundas no
comportamento das pessoas. “Uma crise como essa pode mudar valores”, diz Pete
Lunn, chefe da unidade de pesquisa comportamental da Trinity College Dublin, em
entrevista ao Newsday.
“As crises obrigam as comunidades a se unirem e trabalharem
mais como equipes, seja nos bairros, entre funcionários de empresas, seja o que
for... E isso pode afetar os valores daqueles que vivem nesse período —assim
como ocorre com as gerações que viveram guerras”.
Já estamos começando a ver esses sinais no Brasil —e no
centro de São Paulo, com vários exemplos de pessoas que se unem para
ajudar idosos, por exemplo.
2. MENOS É MAIS
A crise financeira decorrente da pandemia por si só será um
motivo para que as pessoas economizem mais e revejam seus hábitos de
consumo. Como diz o Copenhagen Institute
for Futures Studies, a ideia de “menos é mais” vai guiar os consumidores
daqui para frente.
Mas a falta de dinheiro no momento não será o único motivo.
As pessoas devem rever sua relação com o consumo, reforçando um movimento que
já vinha acontecendo. “Consumir por consumir saiu de ‘moda’”, escreve no
site O
Futuro das Coisas Sabina Deweik, mestre em comunicação semiótica pela
PUC e pesquisadora de comportamento e tendências.
O outro lado desse processo é um questionamento maior do modelo de capitalismo baseado
pura e simplesmente na maximização dos lucros para os acionistas. “O
coronavírus trouxe para o contexto dos negócios e para o contexto pessoal a
necessidade de revisitar as prioridades. O que antes em uma organização gerava
resultados financeiros, persuadindo, incentivando o consumo, aumentando a
produção e as vendas, hoje não funciona mais”, diz Sabina.
“Hoje, faz-se necessário pensar no valor concedido às
pessoas, no impacto ambiental, na geração de um impacto positivo na sociedade
ou no engajamento com uma causa. Faz-se necessário olhar definitivamente com
confiança para os colaboradores já que o home office deixou de ser
uma alternativa para ser uma necessidade. Faz-se necessário repensar a
sociedade do consumo e refletir o que é essencial.”
3. RECONFIGURAÇÃO DOS ESPAÇOS DO COMÉRCIO
A pandemia vai acentuar o medo e a ansiedade das pessoas e estimular
novos hábitos. Assim, os cuidados com a saúde e o bem-estar, que estarão em
alta, devem se estender aos locais públicos, especialmente os fechados, pois o
receio de locais com aglomeração deve permanecer.
“Quando as pessoas voltarem a frequentar espaços públicos,
depois do fim das restrições, as empresas devem investir em estratégias para
engajar os consumidores de modo profundo, criando locais que tragam a eles a
sensação de estar em casa”, diz um relatório da
WGSN, um dos maiores bureaus de pesquisas de tendências do mundo.
Eis um ponto de atenção para bares, restaurantes,
cafeterias, academias e coworkings, que devem redesenhar seus espaços para
reduzir a aglomeração e facilitar o acesso a produtos de higiene, como álcool
em gel. Os espaços compartilhados, como coworkings, têm um grande desafio
nesse novo cenário.
4. NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS PARA RESTAURANTES
Uma das dez tendências apontadas pelo futurista Rohit
Bhatgava é o que ele chama de “restaurantes fantasmas”, termo usado
para descrever os estabelecimentos que funcionam só com delivery. Como a
possibilidade de novas ondas da pandemia num futuro próximo, o setor de
restaurantes deve ficar atento a mudanças no seu modelo de negócios, e o
serviço de entrega vai continuar em alta e pode se tornar a principal fonte de
receita em muitos casos.
5. EXPERIÊNCIAS CULTURAIS IMERSIVAS
Como resposta ao isolamento social, os artistas e produtores
culturais passaram a apostar em shows
e espetáculos online, assim como os tours virtuais a museus ganharam
mais destaque. Esse comportamento deve evoluir para o que se pode chamar de
experiências culturais imersivas, que tentam conectar o real com o virtual a
partir do uso de tecnologias que já estão por aí, mas que devem se disseminar,
como a realidade aumentada e virtual, assistentes virtuais e máquinas
inteligentes.
De acordo com o estudo Hype Cycle, da consultoria
internacional Gartner, as experiências imersivas são uma das três grandes
tendências da tecnologia. Destacamos aqui a área cultural, mas isso também se
estende a outros setores, como esportes, viagens a varejo, conforme indica o
relatório A
Post-Corona World, produzido pela Trend Watching, plataforma global de
tendências.
6. TRABALHO REMOTO
O home office já era uma realidade para muita gente,
de freelancers e profissionais liberais a funcionários de companhias
que já adotavam o modelo. Mas essa modalidade vai crescer ainda mais. Com a
pandemia, mais empresas —de diferentes portes— passaram a se organizar para
trabalhar com esse modelo. Além disso, o trabalho remoto evita a necessidade de
estar em espaços com grande aglomeração, como ônibus e metrôs, especialmente em
horários de pico.
7. MORAR PERTO DO TRABALHO
Essa já era uma tendência, e morar no centro de São Paulo se
tornou um objeto de desejo para muitas pessoas justamente por conta disso,
entre outros motivos. Mas, com o receio de novas ondas de contágio, morar perto
do trabalho, a ponto de ir a pé e não usar transporte público, deve se tornar
um ativo ainda mais valorizado.
8. SHOPSTREAMING
Com o isolamento social, as lives explodiram,
principalmente no Instagram. As vendas pela Internet também, passando a ser uma
opção também para lojas que até então se valiam apenas do local físico. Pois
pense na junção das coisas: o shopstreaming é isso. Uma versão
Instagram do antigo ShopTime.
9. BUSCA POR NOVOS CONHECIMENTOS
Num mundo em constante e rápida transformação, atualizar
seus conhecimentos é questão de sobrevivência no mercado (além de ser um
prazer, né?). Mas a era de incertezas aberta pela pandemia aguçou esse
sentimento nas pessoas, que passam, nesse primeiro momento, a ter mais contato
com cursos online com o objetivo de aprender coisas novas, se divertir e/ou se
preparar para o mundo pós-pandemia. Afinal, muitos empregos estão sendo
fechados, algumas atividades perdem espaço enquanto outros serviços ganham
mercado.
10. EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
Se a busca por conhecimentos está em alta, o canal para isso
daqui para frente será a educação
a distância, cuja expansão vai se acelerar. Neste contexto, uma nova figura
deve entrar em cena: os mentores virtuais. A Trend Watching aposta
que devem surgir novas plataformas ou serviços que conectam mentores e
professores a pessoas que querem aprender sobre diferentes assuntos.
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